quarta-feira, 11 de junho de 2008

Homenagem para um bate-e-volta inspirador...


As ondas tinham um metro em média, o vento oscilava de oeste a sudoeste, a crowd tava insuportável, o dia, bah que dia, as ondas quebravam do lado do T da plataforma de Tramandaí. A 1ª entrada foi difícil, cansativa, mas possivel. Uma vez lá dentro olho para a direita, nada, olho para a esquerda, vejo a crowd. Pois é, amigos, tinha um pato, daqueles estilo marreca, que não parava de disputar onda comigo. Era eu e ele no mar. Eu ou ele na onda. Entra a série, ondas de um metrão liso, abrindo para os três lados. Eu olho pro pato, o pato olha pra mim, eu olho pro pato, o pato pra mim...mas quem teve mais decisão fui eu: peguei a onda. Uma direita de sonho, abriu até cansar. Volto. Entra outra série. Eu ganho do pato denovo, afinal, era minha a onda. Entrou mais para o meu lado, o direito. Mais uma bala. A cena se repete mais duas vezes, eu ja cansado pego uma onda chicama. Penso. Vou deixar pro pato de agora em diante. Pra mim ta bom, fiz a mente. Graças a mãe, saí da correria de porto e da frente daquele PC insuportavel que ja me dava dor de cabeça. E peguei altas.

Vou me dirigindo pro carro, mas não é que o impensável acontece. O pato sai e o vento pára. Pára mesmo, estilo parado. E o pato burro saiu. Ficou na pessoal. Eu, um cara que sorri para o lado, meio rude e sem medo do mar. O mar ali, solitário, pedindo guerra. Eu cansado, mas nem tanto. Uns 45 minutos ainda restavam antes de escurescer. Decido rápido, não havia tempo a perder. Entro denovo, agora sem o pato competidor. Agora só eu, o mar, liso como nunca, e o sol, que tentava se pôr e enfraquecia, mas que ainda esquentava. Quando a onda levantava, vinha o spray e o sol vermelho iluminava ele de forma espetacular. O sol cegava a onda. Eu, esperto, aproveitava. Ela vira presa fácil. Até varar foi fácil da 2ª vez. Entro e olho para os lados. Enfim só, penso. Mereço isso? Não sei, mas meus amigos é que mereciam estar aqui comigo. Entra outra onda, que atrapalha o meu pensar. Paro de pensar e pego, sem medo. Uma canhota inacreditável, estilo vagalhão. E vai. E vai. E vai. E eu vou com ela, junto. O sol ilumina a onda, ela se perde e eu sento a lenha. Batida atrás da outra. Só parei porque tava virando falta de respeito. E eu queria pegar mais umas, não podia me queimar assim. Na confusão, pego mais duas. Ondas meia boca, mas caso se tratasse de outra ocasião, seriam as ondas do banho.

Volto, quase sem força, na reba da reba. O mar fica com pena. Me deixa varar denovo. Facil, fácil. As séries aumentam. Começa a dar uma adrenalina. E vem. A onda que o pato queria mas não achou. Porque, como ja disse, era minha. Uma esquerda. Não. Melhor. Um esquerdão de respeito. Vou pegando ela por um tempo, asovio e tudo, só não tomo uma bira pois tinha esquecido de levar. Senão tomava. Cut backs e rasgadas a parte, percebi que a junção se aproximava. Pensei, vou pegar o tubo e dar o aéreo. É agora. Mas ela veio atropelando. Na ultima hora, o que consegui dar foi uma porrada nela, na lata, no carão mesmo. Ela não gostou e me isolou para baixo. Desci à 100 por hora e incrivel, não caí. Acho que a esta hora tudo era festa. Eu e o mar. Festa. Saio feliz. Feliz por tudo. Pelo dia, pela parceria com a coroa e por não ter visto o PC de merda o dia todo. Que merda aquele PC. Que bom o dia. Um dia de praia.


Acho que tem uma moral esta história toda, que é simples: o bate volta, aquele velho bate e volta, sempre vale a pena, mesmo se for só de tarde. Tramadas classic é assim. Rola quando quer. Rola quando a gente não ta preparado. Mas rola. E como rola. O resto, meus amigos, é só tubo aéreo!


Forte Abraço, Lelomiro!

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