Não poderia, nesse blog, deixar de falar sobre o
Sport Clube Internacional, que no dia 4 de abril de 2008 comemorou seus 99 anos de existência.
Clube do meu coração, acompanho desde sempre. Me lembro do gol do Célio Silva contra o Fluminense, eu assistindo o jogo na superior em baixo da marquise. Me lembro dos momentos ruins, eliminação precoce na Libertadores, o Grêmio ganhando tudo. Mas é a vida. A gente têm que passar pela escuridão para poder encontrar a luz. A luz começou com a presidência do Fernando Carvalho, gênio da administração desportiva. Com seus erros e acertos tirou o Inter de um quase rebaixamento ao vice campeonato brasileiro de 2005. Todos lembram. Como não lembrar de um dos episódios mais ridículos do futebol. Mas tudo bem, como eu disse, só passando pela escuridão podemos encontrar a luz.
Luz, é, o ano de 2006 realmente foi iluminado. A conquista da Taça Libertadores da América com uma campanha quase perfeita. O time fez uma boa preparação e, na primeira fase, mostrou como estava forte. Jogando em casa contra o Pumas, viu o placar adverso logo no primeiro tempo, 2 a zero, para o time mexicano (acho, hehe). Mas com muita garra, raça gaudéria, virou o placar para 3 X 2. Que jogo espetacular. Ali, para mim, o time mostrou uma garra que eu não via a muito tempo, aliás, nunca vira isso no time. Depois, uma vitória espetacular no Uruguai contra nosso algóz de 1989, com dois homens a menos e o gol mais bonito da competição. O jogo da volta, sem tanto orgulho, mas é a vida. Vamos lembrar o que aconteceu em 2005.
Quartas de final: Inter X LDU. LDU, a base da seleção colombiana, cuja campanha na copa do mundo foi abalada por uma derrota não merecida. Jogo de ida. Inter sem seu goleiro titular, Clemer, e jogando na altitude. Nada abalava aquele time, que saiu na frente com Jorge Wagner. O time colombiano virou o jogo no final, mas em Porto Alegre com 40.000 pessoas no estádio o Inter fez 2 X 0 e passou para as semi finais. Para muitos, inclusive o Pexola (um dos amigos que sei que vou levar para a vida, mas deles falarei em outra postagem), foi o jogo que o Inter mostrou que seria campeão. Depois o colorado gaúcho enfrentou o Libertad do Paraguai, cujo presidente é o mesmo presidente da Commebol, mas com uma superioridade maiúscula empatou sem gols fora e em casa novamente 2 X 0. Então, veio a final, caseira, contra o São Paulo, que era o atual campeão do mundo. Primeiro jogo no estádio do Morumbi. Atuação monstra de Rafael Sóbis, o Inter dispara na frente, dois a zero e uma chance incrível perdida. Depois, para dar uma emoção ao segundo jogo, o São Paulo descontou. O jogo de volta, eu nunca vou esquecer. O dia todo de preparação, nervosismo, chego ao Beira-Rio filas insanas que se confundiam. Depois de mais de duas horas esperando o começo do jogo os times entram em campo, nunca vou me esquecer. Antes do hino nacional a torcida cantou o hino rio-grandense de uma forma tão intensa que eu nem vi o hino nacional ser reproduzido. O jogo começa muito tenso e numa falha incrível do Rogério Ceni, Fernandão, o homem dos gols históricos (gol mil em grenais no seu primeiro jogo com a camisa colorada), marcou 1 X 0. O placar dava uma vantagem maravilhosa ao colorado, e como o Inter não curte muito vitórias tranqüilas deixou o São Paulo empatar. O jogo estava muito duro e o Inter jogava bem, então acontece, bem na minha frente, um lance que eu nunca vou esquecer. Sóbis domina na área adversária, mas pressionado recua para Ceará, que em grande fase levanta para Fernandão que livre e em posição legal cabeceia no cantinho do gol e Ceni, se recupera da falha fazendo uma defesa milagrosa. O rebote fica com Fernandão que olha para o gol e vê Ceni, então ele olha pra área e vê ali, na pequena área, livre o motorzinho daquele time: Tinga. Cruzamento a meia altura e Tinga é obrigado a fazer aquilo mais odeia, cabecear, e o faz com todo o cuidado do mundo, na minha frente, empurra a bola pro gol. Que momento. A alegria que senti não sei reproduzir em palavras. Depois, claro, o jogo ficou complicadíssimo, com a expulsão do Tinga por tirar a camiseta na comemoração do gol. E o São Paulo empatou, numa falha de Clemer, que assim como Ceni, se redimiu com uma defesa espetacular aos 46 do segundo tempo. O time paulista tentou, mas esse era o ano do Inter, que, depois de conquistar o maior titúlo da América, conquistou o Mundial de Clubes FIFA, que com ou sem fifa foi disputado contra o Barcelona, do duas vezes melhor do mundo, e gremista, Ronaldinho Gaúcho, mas esse é um episódio para outra postagem.
Nesta postagem o importante é homenagear o time que amo com episódios que vivi e tenho o prazer de poder contar.
Parabéns Inter pelos teus 99 anos de vida, e obrigado por todas alegrias e momentos que me proporcionaste.
Obrigado mãe e pai por me fazerem COLORADO.